por MELLINA DOMINATO
Assembleias regionais estão previstas para hoje; nova proposta foi apresentada pelos banqueiros na noite de ontem
A greve dos bancários completa hoje 31 dias e, agora, está mais próxima de um desfecho, para alívio dos usuários. Neste período de paralisação, somente o Procon de Presidente Prudente contabilizou 162 reclamações relacionadas às instituições bancárias. Somados os nove primeiros meses do ano, foram 1.634 registros contra os bancos, informa o coordenador do órgão, Francisco Fernandes. Ontem, no fim da tarde, mais uma rodada de negociações foi iniciada na capital paulista. A expectativa era de que a nova proposta da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) fosse aceita e as assembleias regionais sejam marcadas para hoje. Caso os trabalhadores concordem com a oferta nas reuniões pelo Estado, os serviços podem ser retomados já na manhã desta sexta-feira, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Prudente, Edmilson Trevisan. Esta é a paralisação mais longa da categoria desde 2004, quando chegou a 30 dias.
Izabel deixou agência bancária do calçadão frustrada |
Na fila
A dona de casa Izabel Cristina Borba, 47 anos, deixou uma agência bancária do calçadão de Prudente frustrada na tarde de ontem. Conta que desde o início da greve tenta retirar um cartão de crédito, necessário para abastecer a geladeira de sua casa, o que não conseguiu até o momento. “Isso é uma pouca vergonha. Nós que somos pobres que somos prejudicados. Só mandam esperar a greve acabar”, reclama.O motorista Carlos Alberto Barbosa, por sua vez, diz que sua família também está sendo prejudicada pela paralisação dos bancários, tendo em vista que sua esposa, aposentada por invalidez, não consegue sacar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ao qual tem direito, enquanto o movimento não for encerrado. “Estamos com todos os documentos, tudo que foi pedido, mas não conseguimos retirar por conta da greve. Estamos esperando já tem 30 dias. Quem que não precisa de dinheiro hoje em dia?”, questiona.
Já a gerente comercial Florinéia Alves Rodrigues, 47 anos, que atua em uma ótica, pontua que as vendas foram comprometidas neste período, já que os clientes, a maior parte, idosos, tiveram os bolsos prejudicados por conta da paralisação. “Isso compromete os recebimentos, pois vendemos mais para aposentados, por exemplo, e não são todos eles que trabalham com os caixas eletrônicos”, salienta.
Orientação
O Procon de Prudente orienta, para o período de greve, que o consumidor procure meios alternativos de efetuar pagamentos. Caso necessário, o cliente deve procurar o órgão, que pode intermediar um contato entre as partes. “Quando não conseguir uma solução de imediato, cabe registrar a reclamação junto ao Procon para que possamos notificar e buscar excluir encargos ocasionados pela greve, já que não foi o consumidor que deu causa ao atraso”, destaca. “O que o consumidor não pode fazer é ficar inerte, de braços cruzados, aguardando a greve acabar e só aí procurar o Procon, ou seja, o consumidor precisa ter uma postura proativa e, sempre que possível, guardar números de protocolos e salvar e-mails de contatos com os credores para que possam servir de prova posteriormente”, complementa.Sobre o assunto, a Assessoria de Imprensa da Febraban expõe que os bancos puseram à disposição da população uma série de canais alternativos para realizar transações financeiras. “Os bancos oferecem aos clientes, opções como os caixas eletrônicos, internet banking, o aplicativo do banco no celular [mobile banking], operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes, que são as casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados”, expõe.
Fonte: http://www.imparcial.com.br
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