O lançamento de vinhaça nos poços e plantações de
cana-de-açúcar causou uma proliferação sem controle da
“mosca-dos-estábulos” (Stomoxyx calcitrans). O desenvolvimento das
larvas preocupa os pecuaristas da região de Tupã, que há quase um ano
não encontram soluções para acabar com os insetos, que pousam nos
animais e prejudicam a produção.
O pecuarista Renan Santos, de 26 anos, disse que em sua propriedade rural, situada entre os municípios de Queiroz e Pompéia, o problema acontece há cerca de um ano e meio, mas se intensificou há cerca de 8 meses. “As usinas despejam a vinhaça em poços específicos, mas também jogam esse produto na cana, que é o principal foco de alojamento do mosquito”, destacou o produtor rural, ao explicar que para cada litro de álcool produzido é despejado 14 litros de vinhaça nas plantações.
Santos ressaltou que a vinhaça produzida pela Usina Clealco, de Queiroz, é lançada aos fundos de sua fazenda. “A vinhaça é doce e junta mosca. O meu pasto está ‘preto’, coberto de moscas”, destacou.
Para se abrigar do sol, as moscas pousam nos animais e ainda se alimentam do sangue do gado, segundo explicou Renan Santos. “Os animais ficam fracos e morrem. Outros de tão estressados deitam no chão, não levantam e acabam morrendo”, afirmou. “Não recebemos a visita de nenhum diretor da empresa. Eles falam apenas para entrar em contato com a CATI, para pedir a licença de queima pela Cetesb”, observou.
Por mais que o mercado ofereça venenos para combater as moscas, o pecuarista enfatizou que o problema só pode ser resolvido com a queima da palha da cana. “Muitos nos indicam a compra de um veneno que custa R$ 350,00. Já comprei, utilizei no gado, mas não adiantou. Os mosquitos se adaptam com ele. Cada mosquito põe de 1 mil a 1,5 mil larvas”, explicou.
O pecuarista entrou em contato com a usina, mas foi informado que a empresa não iria realizar a queima para resolver o problema. Por outro lado, Santos explicou que a queima controlada é permitida por meio de resolução estadual. “Nem a Clealco ou a Cetesb resolvem essa situação. A Cetesb diz que somente fiscaliza os poços de vinhaça e nada mais. A Clealco diz que não poderá fazer nada neste ano. E até lá vamos ser ainda mais prejudicados, sabendo que, por meio da queimada, resolveremos até 80% dos problemas”, acentuou.
O pecuarista destacou que a queima da palha da cana não prejudica a planta, “pois o broto ainda é pequeno e não tem como ser atingido” e que esse procedimento “era muito utilizado antigamente”.
Até o momento, o pecuarista já perdeu 11 cabeças de gado e estima um prejuízo de R$ 20 mil. “Um produtor vizinho meu já perdeu cerca de 10 cabeças de gado”, salientou.
Um outro problema, segundo Renan Santos, é que a presença das moscas não espalha o gado e prejudica o desenvolvimento dos animais. “Quando o gado se junta, os bezerros podem morrer sufocados ou se machucam; as vacas não dão leite, porque se estressam e os bois brigam entre si”, explicou. “Um bezerro que era para valer R$ 1,3 mil, vai acabar valendo R$ 900,00, porque não se desenvolve, não cresce”, enfatizou.
ResoluçãoO pecuarista Renan Santos, de 26 anos, disse que em sua propriedade rural, situada entre os municípios de Queiroz e Pompéia, o problema acontece há cerca de um ano e meio, mas se intensificou há cerca de 8 meses. “As usinas despejam a vinhaça em poços específicos, mas também jogam esse produto na cana, que é o principal foco de alojamento do mosquito”, destacou o produtor rural, ao explicar que para cada litro de álcool produzido é despejado 14 litros de vinhaça nas plantações.
Santos ressaltou que a vinhaça produzida pela Usina Clealco, de Queiroz, é lançada aos fundos de sua fazenda. “A vinhaça é doce e junta mosca. O meu pasto está ‘preto’, coberto de moscas”, destacou.
Para se abrigar do sol, as moscas pousam nos animais e ainda se alimentam do sangue do gado, segundo explicou Renan Santos. “Os animais ficam fracos e morrem. Outros de tão estressados deitam no chão, não levantam e acabam morrendo”, afirmou. “Não recebemos a visita de nenhum diretor da empresa. Eles falam apenas para entrar em contato com a CATI, para pedir a licença de queima pela Cetesb”, observou.
Por mais que o mercado ofereça venenos para combater as moscas, o pecuarista enfatizou que o problema só pode ser resolvido com a queima da palha da cana. “Muitos nos indicam a compra de um veneno que custa R$ 350,00. Já comprei, utilizei no gado, mas não adiantou. Os mosquitos se adaptam com ele. Cada mosquito põe de 1 mil a 1,5 mil larvas”, explicou.
O pecuarista entrou em contato com a usina, mas foi informado que a empresa não iria realizar a queima para resolver o problema. Por outro lado, Santos explicou que a queima controlada é permitida por meio de resolução estadual. “Nem a Clealco ou a Cetesb resolvem essa situação. A Cetesb diz que somente fiscaliza os poços de vinhaça e nada mais. A Clealco diz que não poderá fazer nada neste ano. E até lá vamos ser ainda mais prejudicados, sabendo que, por meio da queimada, resolveremos até 80% dos problemas”, acentuou.
O pecuarista destacou que a queima da palha da cana não prejudica a planta, “pois o broto ainda é pequeno e não tem como ser atingido” e que esse procedimento “era muito utilizado antigamente”.
Até o momento, o pecuarista já perdeu 11 cabeças de gado e estima um prejuízo de R$ 20 mil. “Um produtor vizinho meu já perdeu cerca de 10 cabeças de gado”, salientou.
Um outro problema, segundo Renan Santos, é que a presença das moscas não espalha o gado e prejudica o desenvolvimento dos animais. “Quando o gado se junta, os bezerros podem morrer sufocados ou se machucam; as vacas não dão leite, porque se estressam e os bois brigam entre si”, explicou. “Um bezerro que era para valer R$ 1,3 mil, vai acabar valendo R$ 900,00, porque não se desenvolve, não cresce”, enfatizou.
O governo do Estado de São Paulo publicou a resolução conjunta SAA/SMA nº 1 de 16 de setembro de 2016, no DOE (Diário Oficial Eletrônico), no dia 17 de setembro deste ano.
O documento dispõe sobre a autorização de queima controlada como instrumento fitossanitário para o controle emergencial e excepcional de surtos de “mosca-dos-estábulos” no Estado de São Paulo.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, e o secretário Estadual de Meio Ambiente, Ricardo Salles, analisaram os resultados dos trabalhos realizados por grupo técnico incumbido de estudar a razão da proliferação e os prejuízos causados pela “mosca dos estábulos”, propondo soluções para esse problema.
A resolução SAA nº 36, de 19 de setembro de 2015, autoriza, em seu artigo primeiro, excepcionalmente, a queima controlada, com base nos estudos técnico-científicos realizados nos autos do processo SAA nº 13.727/2015, como instrumento fitossanitário para o controle da proliferação da “mosca-dos-estábulos".
O artigo segundo explica que o interessado, proprietário ou responsável pela área, que apresente condições favoráveis para a proliferação da “mosca-dos-estábulos”, deverá solicitar à Secretaria de Agricultura e Abastecimento laudo técnico sobre a viabilidade da queima controlada com a finalidade exclusiva de controle fitossanitário, em função da “mosca-dos-estábulos”.
Conforme o artigo terceiro, os técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em até 10 dias úteis, contados do recebimento do requerimento, emitirão laudo atestando a necessidade ou não do uso da queima controlada como medida fitossanitária para o seu controle, devendo ser observada a área indicada para a queima; a adoção das alternativas de controle constantes; e se a proliferação da “mosca-dos-estábulos” está causando dano à população ou à pecuária.
O artigo 4º da resolução explica que a autorização para a realização da queima controlada como medida fitossanitária será emitida pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), com base no laudo técnico emitido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e no compromisso, firmado pelo interessado com a Cetesb, de acompanhar toda a operação da queima controlada, atendendo as condições de segurança necessárias à prática.
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