|
Família tem gratidão pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Mariane Peres/G1) |
“Gratidão”. Foi com esta palavra que a família de Leonardo Mezias
Madeira, de 18 anos, resumiu seu sentimento ao Corpo de Bombeiros devido
ao salvamento do jovem, vítima de um atropelamento, em 2012, em
Presidente Prudente.
O rapaz foi atropelado por um caminhão basculante na Rodovia Comendador
Alberto Bonfiglioli, quando tinha 14 anos, e ficou internado na Unidade
de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica por seis dias. Uma solenidade de
agradecimento foi realizada na manhã desta quinta-feira (29), na base da
corporação localizada no Centro da cidade.
Após quatro anos, já recuperado dos ferimentos e sem sequelas,
Leonardo, junto com a sua família, procurou a corporação para fazer uma
homenagem aos três profissionais que realizaram seu procedimento de
resgate. “Foi graças à ação deles que eu não tive nenhuma grande lesão.
Eles foram ágeis e logo me encaminharam ao Hospital Regional”, disse o
rapaz ao
G1.
|
Leonardo procurou pela equipe que o salvou após quatro anos (Foto: Mariane Peres/G1) |
Com o acidente traumático já superado, Leonardo, com seus familiares,
decidiu fazer uma homenagem à corporação e entregar placas de
agradecimento a cada um com os dizeres: “A minha eterna gratidão a você,
que foi meu herói”.
“Eles foram maravilhosos. Se não tivessem chegado a tempo, eu não estaria aqui hoje”, disse.
Os bombeiros homenageados foram o cabo Sidney da Silva, que se
aposentará nesta sexta-feira (30), o cabo Valdemir Ferreira de Oliveira e
o soldado Leandro Aparecido da Silva.
O acidente
Conforme a mãe do jovem, Cristiane Mezas Madeira, de 40 anos, a notícia
do acidente foi um grande susto para toda a família. “Meu filho estava
jogando bola na calçada, às margens da rodovia, no sentido
Centro–bairro, quando ela caiu na rua e ele, sem olhar, para os lados,
foi pegá-la, no momento em que vinha o caminhão de material de
construção. Além do impacto, ele chegou a ser arrastado pelo veículo”,
relembrou.
|
Cada um dos profissionais que participaram de seu resgate recebeu uma placa (Foto: Mariane Peres/G1)
|
Cristiane, que é psicóloga, disse ao G1 que o filho
foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros “desorientado”. “Nós estávamos em
um velório no dia, quando eu recebi a ligação do hospital. Quando me
deram a notícia, fomos para a unidade e eu cheguei a conversar com um
dos bombeiros, para saber como ele estava e se havia batido a cabeça,
pois a minha maior preocupação era essa. O profissional me afirmou que
tinha batido a cabeça, mas não me deu muitas informações, porque eu
estava muito nervosa”, disse.
A mãe do rapaz se emocionou ao se lembrar de quando recebeu a notícia
de que o filho estava em coma. “A médica de plantão me expôs a real
situação e disse que ele tinha sido induzido ao coma, que estava
entubado e que o estado era grave. Quando o pai dele e eu entramos para
vê-lo, ele estava todo ensaguentado, sujo de graxa e com sangue saindo
pelo ouvido, devido à hemorragia. Foi terrível”, falou.
|
Acidente foi há quatro anos, em Pres. Prudente (Foto: Mariane Peres/G1) |
Diante do estado grave, o na época adolescente precisou ser submetido a
uma série de exames para constatar se havia riscos de permanecer alguma
sequela. “Ele fez ultrassons e acompanhamento com um neurologista. O
médico falou que estava com um inchaço cerebral devido ao trauma e que
deveria ficar em observação e avaliação para saber se haveria evolução”,
disse Cristiane.
Depois de seis dias na UTI, foi para o quarto e no sétimo foi liberado.
“Os médicos, depois de todo o procedimento, disseram que não há risco
nenhum de sequela, que podemos esquecer que houve esse trauma. Ficaram
apenas as cicatrizes”, ressaltou a mãe.
|
Rapaz disse ter gratidão pela corporação (Foto: Mariane Peres/G1) |
'Não me lembro de nada'
O rapaz disse que se lembra apenas de que estava jogando bola e que
depois não se recorda do acidente. “Eu não me lembro de nada. Fui para a
casa de um amigo, que mora no Jardim Santa Fé, e de manhã saímos para
jogar bola. Aí, só me recordo de acordar no hospital”, afirmou.
Leonardo falou ao
G1 que o processo de recuperação foi
bem difícil. “Eu não conseguia fazer as coisas simples sozinho por
causa dos ferimentos que tinha pelo corpo. Porém, vencemos, pois, com a
minha família junto, tudo deu certo”, contou.
Emoção
A tia do adolescente, Luciane Napolitano, de 33 anos, que é especialista em trânsito, disse ao
G1 que a emoção é muito grande. “Ele é o primeiro sobrinho, primeiro neto. Então, foi uma dor muito grande”.
|
Profissionais foram homenageados nesta quinta-feira (29) (Foto: Mariane Peres/G1) |
O pai do rapaz, José Alexandre Madeira, de 46 anos, que é agente
penitenciário, disse que toda a família “exime a culpa do motorista pelo
acidente”. “Nós sabemos que ele não teve culpa, pois não teve como
desviar. Foi tudo muito rápido e, quando ele percebeu, já estava em cima
do Leonardo. Por mais que tenha tentado frear, não teve como desviar”,
falou.
Trânsito
O capitão do Corpo de Bombeiros, Orival Santana Júnior, ressaltou ao
G1
a importância da conscientização dos motoristas sobre o respeito às
leis de trânsito. “A gente pede, encarecidamente, para as pessoas
respeitarem as sinalizações de trânsito, especialmente na questão de
velocidade. Chegou um relatório da Reunião de Análise Crítica com dados
de que em Presidente Prudente a incidência de acidentes nas avenidas
Manoel Goulart e Brasil é muito alta, o que preocupa o Corpo de
Bombeiros de todo o Estado de São Paulo”, ressaltou.
Devido ao índice, a corporação fará um trabalho educativo neste segundo
semestre do ano. “Vamos fazer bloqueios informando sobre os riscos em
se dirigir e falar ao celular, não exceder aos limites de velocidade,
pois, assim, a pessoa terá mais tempo de resposta de ver e evitar o
acidente. Outro ponto é de que o condutor não tenha consciência sobre o
limite de 60 km/h apenas nas proximidades dos radares, mas, sim, em todo
o trajeto”, pontuou.
|
Tia e avós do jovem também participaram da solenidade (Foto: Mariane Peres/G1) |