Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia denuncia desmonte na Polícia Civil paulista.
Raquel Kobashi Gallinati: Polícia Civil de São Paulo está em crise e sem perspectiva de melhora (Foto: Siga Mais). |
A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São
Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi Gallinati esteve hoje (26) em
Adamantina, em reunião com delegados da Polícia Civil local, para
debater as demandas da categoria e dos demais policiais.
A conversa com os delegados de polícia em Adamantina faz parte de um roteiro que prevê encontros envolvendo as 70 delegacias seccionais da Polícia Civil em todo o Estado. Na pauta, compartilha a preocupação com o trabalho investigativo desenvolvido pela Polícia Civil, defasagem no efetivo de policiais, entre outras deficiências. Após o encontro com delegados, Raquel Kobashi Gallinati recebeu o SIGA MAIS.
A conversa com os delegados de polícia em Adamantina faz parte de um roteiro que prevê encontros envolvendo as 70 delegacias seccionais da Polícia Civil em todo o Estado. Na pauta, compartilha a preocupação com o trabalho investigativo desenvolvido pela Polícia Civil, defasagem no efetivo de policiais, entre outras deficiências. Após o encontro com delegados, Raquel Kobashi Gallinati recebeu o SIGA MAIS.
Sobrecarga de trabalho em Adamantina viola tratados internacionais
Combativa, a presidente do Sindpesp denunciou um quadro preocupante,
vivenciado na região de Adamantina. Segundo Raquel, os delegados de
polícia e os demais policiais civis permanecem de sobreaviso 24 horas
por dia, nos 30 dias do mês, o ano inteiro, o que não respeitaria o
direito ao descanso semanal assegurado pelas leis trabalhistas. “É uma
grave ofensa e violência à Organização Internacional do Trabalho, pois
não está sendo permitido que o policial civil tenha direito ao
descanso”, disse.
Na perspectiva da sindicalista, há um cenário crítico que envolve, sobretudo, a estrutura de recursos humanos da Polícia Civil paulista. “A Polícia Civil de São Paulo está em crise e sem perspectiva de melhora. Os dados são alarmantes e o governo está longe de dar indicativos de que irá solucionar o problema”, disse.
Como consequência, os problemas trazem reflexos à atividade investigativa da corporação. “Não há dúvidas de que a atual política de segurança pública deixou a polícia investigativa relegada a segundo plano. Justamente a polícia com atribuição de elucidar crimes e desmantelar organizações criminosas está passando por um processo de desmonte”.
Números apresentados por Raquel Gallinati ao SIGA MAIS mostram que o quadro de lotação da Polícia Civil do Estado de São Paulo é de 39.475 policiais. Ela explica que esse quadro foi idealizado no ano de 1994, quando o Estado de São Paulo possuía uma população de 33.848.251 habitantes. Passadas mais de duas décadas, a população aumentou em cerca de 11 milhões de habitantes, chegando a 44.749.699 de pessoas, conforme dados do IBGE. “No Entanto, o quadro da Polícia Civil permaneceu estagnado”, questiona.
Se não bastasse o quadro do efetivo policial não ter acompanhado o crescimento populacional, outro ponto crítico apontado pela dirigente sindical é o fato das vagas não estarem totalmente preenchidas. Segundo Raquel, são cerca de 8.200 cargos vagos. “O resultado disso pode ser constatado por qualquer pessoa que vá a uma delegacia: mais de 260 municípios sem delegados, dezenas de distritos policiais com portas fechadas, policiais sobrecarregados em escalas exaustivas de plantão e atraso nas investigações”, denuncia.
Na perspectiva da sindicalista, há um cenário crítico que envolve, sobretudo, a estrutura de recursos humanos da Polícia Civil paulista. “A Polícia Civil de São Paulo está em crise e sem perspectiva de melhora. Os dados são alarmantes e o governo está longe de dar indicativos de que irá solucionar o problema”, disse.
Como consequência, os problemas trazem reflexos à atividade investigativa da corporação. “Não há dúvidas de que a atual política de segurança pública deixou a polícia investigativa relegada a segundo plano. Justamente a polícia com atribuição de elucidar crimes e desmantelar organizações criminosas está passando por um processo de desmonte”.
Números apresentados por Raquel Gallinati ao SIGA MAIS mostram que o quadro de lotação da Polícia Civil do Estado de São Paulo é de 39.475 policiais. Ela explica que esse quadro foi idealizado no ano de 1994, quando o Estado de São Paulo possuía uma população de 33.848.251 habitantes. Passadas mais de duas décadas, a população aumentou em cerca de 11 milhões de habitantes, chegando a 44.749.699 de pessoas, conforme dados do IBGE. “No Entanto, o quadro da Polícia Civil permaneceu estagnado”, questiona.
Se não bastasse o quadro do efetivo policial não ter acompanhado o crescimento populacional, outro ponto crítico apontado pela dirigente sindical é o fato das vagas não estarem totalmente preenchidas. Segundo Raquel, são cerca de 8.200 cargos vagos. “O resultado disso pode ser constatado por qualquer pessoa que vá a uma delegacia: mais de 260 municípios sem delegados, dezenas de distritos policiais com portas fechadas, policiais sobrecarregados em escalas exaustivas de plantão e atraso nas investigações”, denuncia.
Polícia envelhecida e sem motivação
Outro dado preocupante apontado pela presidente do Sindicato é o fato
de que a Polícia Civil paulista está envelhecida. Ela revelou que apenas
3% dos policiais civis têm menos de 30 anos de idade e 44% dos
policiais tem mais de 50 anos. Nos próximos anos, segundo projeções
apresentadas pela dirigente, 44% dos delegados de polícia serão idosos.
Para exemplificar, a dirigente sindical revelou que de novembro do ano
passado a fevereiro deste ano, 478 policiais civis se aposentaram e,
ainda, estão previstas mais 1.800 aposentadorias a serem publicadas no
decorrer deste ano.
O reflexo do enfraquecimento da estrutura da Polícia Civil, segundo denunciado pela presidente do Sindicato, Raquel Gallinati, é percebido nas ruas. “Enquanto o governo de São Paulo desmonta a Policia Civil e desmotiva os policiais em atividade, a criminalidade aumentou e se organizou”, disse. “Embora o governo do Estado de São Paulo tenha como trunfo a redução do índice de homicídios, indagamos: será que a mera redução do índice de homicídios é um padrão aceitável para medir a eficiência da segurança pública, já que há um aumento da quantidade de roubos e furtos, dentre outros delitos, que não são ressaltados quando da divulgação das estatísticas de criminalidade? Isso sem considerarmos a grande quantidade de crimes que são subnotificados, fazendo existir uma cifra inimaginável de crimes que não chegaram ao conhecimento da Polícia Civil”, desabafa.
Por fim, a dirigente sindical expôs sobre a valorização profissional do Policial Civil paulista. “Além do descaso com o efetivo, verificamos uma política que não valoriza os policiais civis”, disse. Segundo Raquel, os delegados de polícia, por exemplo, possuem uma das piores remunerações do Brasil, e explica que para ser Delegado de Polícia, é necessário, no mínimo, sete anos de estudo, período que contempla a graduação na faculdade de Direito e mais dois anos de prática jurídica. Ao comparar a remuneração de um Delegado de Polícia com a de outras carreiras jurídicas, ela destaca que este profissional é muito mal remunerado, pois não chega a receber 1/3 da remuneração de um promotor, juiz ou defensor. “Qual o objetivo dessa política de segurança pública, que não privilegia a investigação de crimes, que não motiva seus profissionais qualificados com pagamento de remuneração adequada a sua responsabilidade e às exigências de sua atividade profissional?”, critica.
O reflexo do enfraquecimento da estrutura da Polícia Civil, segundo denunciado pela presidente do Sindicato, Raquel Gallinati, é percebido nas ruas. “Enquanto o governo de São Paulo desmonta a Policia Civil e desmotiva os policiais em atividade, a criminalidade aumentou e se organizou”, disse. “Embora o governo do Estado de São Paulo tenha como trunfo a redução do índice de homicídios, indagamos: será que a mera redução do índice de homicídios é um padrão aceitável para medir a eficiência da segurança pública, já que há um aumento da quantidade de roubos e furtos, dentre outros delitos, que não são ressaltados quando da divulgação das estatísticas de criminalidade? Isso sem considerarmos a grande quantidade de crimes que são subnotificados, fazendo existir uma cifra inimaginável de crimes que não chegaram ao conhecimento da Polícia Civil”, desabafa.
Por fim, a dirigente sindical expôs sobre a valorização profissional do Policial Civil paulista. “Além do descaso com o efetivo, verificamos uma política que não valoriza os policiais civis”, disse. Segundo Raquel, os delegados de polícia, por exemplo, possuem uma das piores remunerações do Brasil, e explica que para ser Delegado de Polícia, é necessário, no mínimo, sete anos de estudo, período que contempla a graduação na faculdade de Direito e mais dois anos de prática jurídica. Ao comparar a remuneração de um Delegado de Polícia com a de outras carreiras jurídicas, ela destaca que este profissional é muito mal remunerado, pois não chega a receber 1/3 da remuneração de um promotor, juiz ou defensor. “Qual o objetivo dessa política de segurança pública, que não privilegia a investigação de crimes, que não motiva seus profissionais qualificados com pagamento de remuneração adequada a sua responsabilidade e às exigências de sua atividade profissional?”, critica.
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