sexta-feira, 30 de junho de 2017

Oferta de mais de 67 milhões de toneladas nos próximos 60 dias faz preços do milho recuarem mais rápido no interior do país

Exportações brasileiras de milho precisam manter ritmo de 5 milhões de toneladas ao mês no segundo semestre para enxugar oferta e reverter cenário de preços baixos
Paulo Molinari - Analista de mercado
Nos últimos dias, o mercado do milho se mostrou bastante pressionado, com preços em queda no interior, abaixo do mínimo em algumas situações. Agora, o Governo Federal também abriu a oportunidade para os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e para o Distrito Federal de participar dos leilões de comercialização.
Paulo Molinari, analista de mercado da Safras & Mercado, destaca que a movimentação dos preços é normal. A safra brasileira é grande, com maiores produtividades da história: 67 milhões de toneladas serão colhidas nos próximos dias e nem a demanda interna e nem a exportação cosneguem absorver isso em 90 dias.
Hoje, os preços giram em torno de R$28 em Santos, R$27 em Paranaguá. Os preços no interior devem praticar os preços do porto menos o frete. Entretanto, a pressão de venda no interior faz com que os preços caiam mais do que nos portos.
Para o analista, pelo volume que será abrangido pelos leilões do Governo e pelos recursos disponíveis, a chance de mudar o mercado a partir desses leilões é rara. Uma mudança nos preços poderia ocorrer apenas por um problema na safra americana ou por uma pressão cambial que mude os preços no porto.
Seria necessário, como destaca Molinari, que 5 milhões de toneladas fossem retiradas por mês, até fevereiro, para que o mercado encontrasse equilíbrio. Ele diz que essa meta já foi possível durante agosto e janeiro de 2015. Neste ano, a situação ainda é uma incógnita.
Ainda há liquidez, sem comprometimento de demanda. Contudo, a safra brasileira possui um volume bastante expressivo. A partir de agora, os produtores devem prestar atenção no mercado e vender de acordo com sua necessidade, já que apenas um fato novo seria capaz de mudar a situação.
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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta

Fonte: Notícias Agrícolas          

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