quinta-feira, 29 de março de 2018

Mais de 700 crianças ficam sem aulas em Braúna por causa de doenças

As aulas das três escolas municipais de Braúna (a 40 km de Araçatuba) ficaram  suspensas até essa quarta-feira (28), depois que 87 crianças foram diagnosticadas com conjuntivite e 11 com a SMPB (Síndrome Mão-Pé-Boca). Outros 15 casos da síndrome estão sob investigação. Oito servidores foram diagnosticados com conjuntivite.

As unidades abrigam mais de 700 crianças, com idades entre 0 e 10 anos. A secretária de Educação e Desenvolvimento Social, Patrícia Nery de Miranda, informou que, durante o período de suspensão, funcionários começaram a fazer limpeza e desinfecção em todos os ambientes dos prédios.

“Os casos apareceram há 20 dias e, imediatamente, demos início as ações, comunicando a secretaria de Saúde e ao prefeito”, disse.

Ela acrescentou que, na última quinta-feira (22), houve uma reunião com diversos setores do Executivo, Conselho Tutelar e com os pais dos alunos, onde foi decidido pela suspensão das aulas. “Mesmo com a interrupção, os estudantes não serão prejudicados, pois faremos a reposição destas aulas no início de julho”, destacou.

SEPARAÇÃO

Na segunda-feira (26), servidores separaram brinquedos, materiais e outros objetos para fazer a desinfecção das unidades. Os trabalhos continuarão, conforme o prefeito Flávio Giussani (PTB), após o retorno das aulas.

“Os professores estão sendo orientados a comunicar aos pais, caso alguma criança apareça com algum sintoma, para que seja encaminhada o mais rápido possível a uma unidade de saúde”, observou.

O chefe do Executivo explicou que, apesar do surto, não há motivos para preocupação por parte da população.
“Todas as crianças e os servidores estão passando por acompanhamento médico, e assim que os primeiros casos surgiram, fizemos um mapeamento dos locais onde havia maior propagação do vírus”, disse.

A unidade com maior número de casos é o CEI (Centro de Educação Infantil) Profª Ecyra Mucillo Garcia, que atende crianças de 0 a 3 anos. Até o momento, são 41 casos de conjuntivite - 34 alunos e oito funcionários -, seis confirmados de SMPB, e 12 suspeitos da doença.

“Nossa decisão de suspender as aulas acredito que seja inédita na região, pois o mais importante é que os alunos estejam recuperados”, afirmou Giussani.

Na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Adolfo Hecht, que atende crianças de 6 a 10 anos, foram confirmados 35 casos de conjuntivite entre os estudantes, um de mão-pé-boca e três suspeitos. Já na Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Maria Goreti, 11 estudantes — com idades entre 4 e 6 anos — contraíram conjuntivite e quatro a SMPB.

Braúna também tem uma escola estadual, mas as aulas continuam normalmente na unidade.

SINTOMAS
A SMPB é uma infecção viral contagiosa muito comum em crianças, que é caracterizada por pequenas manchas nas mãos, pés e boca. Ela é, na maioria dos casos, uma doença branda e benigna, que desaparece espontaneamente após alguns dias sem causar nenhum tipo de complicação.

O maior problema costuma ser o risco de desidratação, pois a dor de garganta pode fazer com que a criança pare de aceitar alimentos e líquidos.

Além do aparecimento das manchas pelo corpo, outro sinal característico da doença é a febre alta. A transmissão da síndrome se dá pela via fecal ou oral por meio do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, bem como de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Não existe vacina contra a doença.

Já a conjuntivite é uma doença ocular que causa inflamação na parte branca do olho, uma membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e a parte interna das pálpebras.

São seis tipos de conjuntivite: alérgica, viral, bacteriana, fúngica e gonocócica e de inclusão. A inflamação pode afetar um ou os dois olhos, mas é comum que ambos sejam afetados e costuma durar entre uma e duas semanas. O tratamento pode ser feito com compressas de soro fisiológico e colírios indicados pelo médico, além de ser muito importante limpar os olhos com frequência.

Folha da Região

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