Qual o segredo para manter a chama da paixão?
Está
é uma pergunta que muitos casais fazem, principalmente quando se
queixam que o relacionamento esfriou e que já não é mais o mesmo do
início do namoro. Mas será que é possível manter sempre a mesma “temperatura”?
Antes de responder a pergunta é preciso diferenciar dois conceitos utilizados como sinônimos: amor e paixão.
A paixão é a fase do encantamento de um casal. Os
apaixonados tornam-se bem humorados, eufóricos, cheios de energia e
desejo. Tudo é maravilhoso. A idealização do outro é alta em virtude da
distorção da percepção. Por isso que o apaixonado se satisfaz com o
pouco que conhece do outro, não importando quem este outro seja.
O
tipo de vínculo na paixão é desmedido, irracional, caracterizando-se
como primitivo e desorganizado. Há uma dependência física e psíquica, o
que leva os apaixonados a querer ficar perto um do outro todo tempo
possível. O apaixonado sonha o tempo todo. É uma fase deliciosa. O mundo
fica encantador!
O
que pouca gente sabe é que esta fase tem prazo de validade. Ela pode
durar no máximo dois anos. Após este período pode ter dois caminhos: ou o
relacionamento acaba ou transforma-se em outro estágio onde o casal tem
uma sensação de segurança e tranquilidade. Isto é o amor. Ou uma de
suas expressões.
Nesta
fase a visão do parceiro mostra-se real e não idealizada. No entanto, o
que parece ser a solução, é aqui que podem surgir os conflitos. Quando
não há entre os dois uma estrutura saudável, as expectativas que um tem
sobre o outro, quando não atendidas, transformam-se em cobranças. O que
antes era excitante torna-se frustrante.
É preciso compreender que uma relação a dois é composta tanto pelos aspectos bons de cada um como também pelas suas limitações. Isto faz parte de qualquer ser humano.
Gostar
da sensação de estar com o par amoroso é delicioso. Mas apenas isto não
é o suficiente para uma relação dar certo. É responsabilidade de cada
um aperfeiçoar diariamente a relação, encontrando-se um no outro,
descobrindo objetivos comuns, sem esquecer-se de levar em conta as
diferenças de pensamentos.
Respeito
mútuo e muito diálogo são requisitos básicos, e fundamentais, para uma
convivência longa e prazerosa. Do contrário, é melhor olhar pra dentro
de si e redefinir seu próprio caminho do que estar numa relação que não
mais te aquece.
Publicado originalmente em http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao
Jô Alvim é psicóloga clínica. Mestre em Educação (UNESP). Especialista
em Neuropsicologia (USP) e Gestão de Pessoas (UNOPAR). Apaixonada por
comportamento, é professora de Graduação e pós-graduação.
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