Por G1 , Brasil
(Foto: Reprodução Jornal Nacional) |
Esse ambiente de preocupação na economia parece que
tem contaminado o humor do pessoal que trabalha no comércio no Brasil.
"Aqui tem uma esfiha tão boa, tão boa, tão boa, que
dá até dó de vender" - a esfiha pode até ser uma delícia, mas o anúncio é
melhor ainda. Só assim mesmo pra tentar vencer o marasmo. É que tá ruim o
negócio... Literalmente!
"Tá muito difícil. Você tem que reduzir sua margem
assustadoramente pra não perder os seus clientes", afirmou a empresária
Patrícia Gabriel.
E, pelo jeito, quando reduz a margem de lucro,
reduz também a de felicidade. Porque o vendedor brasileiro tem recebido os
clientes de um jeito, digamos, cada vez menos alegre.
Muitas vezes, quando um cliente chega numa loja,
ele lê a seguinte mensagem na parede: "sorria, você está sendo
filmado". Só que em alguns casos, a plaquinha que tá faltando para o
vendedor dentro é outra: sorria, ponto. Parece óbvio alguém que está
querendo vender alguma coisa dar um simples sorriso para um cliente que chega.
Mas na pesquisa do vendedor simpático, o brasileiro ficou na penúltima
colocação.
Quem diria... O país com fama de ter riso frouxo,
hoje só tem vendedores mais sorridentes que o recatado Japão. Na pesquisa, que
foi feita em vários países do mundo, 97% dos vendedores irlandeses estão rindo
de bobeira quando chega cliente. No Brasil, só está na cara de 79% dos
funcionários.
Está achando que nem é um resultado tão ruim assim?
A coordenadora da pesquisa discorda.
"De dez clientes que entraram na loja, dois não
foram recebidos com sorriso. Isso é grave. Parece um número pequeno, mas não,
se a gente multiplicar isso, quantos entram, quantos clientes entram nas lojas
por dia, é um número bastante preocupante", afirmou Stella Susskind,
coordenadora da pesquisa no Brasil.
"Eu posso até comprar se eu estiver precisando
muito, mas eu não voltaria mais por conta da má recepção", disse o bancário
Eduardo Bitencourt.
Quando até o manequim está triste ou escondendo o
rosto pra quem passa na rua, como no vídeo, o clima está estranho mesmo. Mas
tem solução pra depressão pré-venda: o manequim do vídeo, o primeiro que
aparece na loja da dona Maria Cecília. Que delícia comprar com ela... 45 anos
de gargalhadas compridas no comércio de São Paulo.
Jornal Nacional: O que a senhora faz quando vê um funcionário da senhora com cara feia?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: Ah, eu mando descansar um
pouquinho lá atrás.
Jornal Nacional: É fácil dar um sorriso, né?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: É fácil.
Jornal Nacional: É de graça?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: É de graça.
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