Fonte: Jornal Tribuna – circulação em Bastos/Iacri e Tupã
A confirmação de um caso de sarampo importado, no último dia 12, notificado como suspeito exatamente um mês antes, levou a Secretaria Municipal de Saúde a intensificar a imunização contra a doença. A medida veio em boa hora já que, três dias depois e na quarta-feira desta semana, mais dois casos suspeitos da doença foram notificados.
O paciente, cujo caso de sarampo foi confirmado, é um bebê de cinco meses, notificado como suspeito em 12 de julho, logo após a família da criança mudar-se de Lucélia para Bastos.
A diretora da Vigilância Epidemiológica Municipal, Andreia Guirau de Oliveira, disse que todas as medidas protocolares foram tomadas. “Vacinamos as pessoas que tiveram contato tanto com o paciente quanto com os suspeitos. Na semana passada, já havíamos ampliado o público alvo e intensificado a vacinação, inclusive com a abertura das seis unidades da rede básica de saúde no último sábado. Essas medidas são de extrema importância para contermos o avanço da doença”, frisou.
A diretora afirmou que os casos não têm correlação. “Os pacientes não tiveram contato entre si. Portanto, são casos isolados”, afirmou.
Ainda de acordo com Andreia Guirau de Oliveira, fazia 39 anos que Bastos estava livre do sarampo. O último caso havia sido notificado em 1980.
Público Alvo
Toda criança deve receber a primeira dose da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) ao completar um ano de idade, e a segunda dose com um ano e três meses.
Também devem tomar a segunda dose da vacina todas as pessoas de um a 29 anos que tenham recebido apenas a primeira; e todas, entre 30 e 49 anos que não foram imunizadas, devem tomar uma única dose.
A diretora frisou que as vacinas estão disponíveis nas cinco unidades de saúde da família (USF) e no Centro de Saúde, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. A pessoa que se enquadra no público alvo da imunização contra a doença deve procurar a unidade da qual é usuária e apresentar a caderneta de vacinação, que é a forma definitiva de prevenção ao sarampo. A vacina é a tríplice viral, que protege também da caxumba e rubéola. “Estamos aproveitando para aplicar vacinas contra várias doenças nas pessoas que estão com o calendário de imunização em atraso”, ressaltou.
Sintomas
Os sintomas iniciais apresentados pelo paciente com sarampo são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza, congestão nasal e mal-estar intenso. Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. São comuns lesões muito dolorosas na boca.
O sarampo pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central. Pode se tornar ainda mais grave ao causar infecções secundárias como pneumonia e até mesmo levar o paciente à morte. As complicações atingem mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.
Transmissão
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença, que é causada por vírus.
Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível a contaminação ocorrer por dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados.
A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
Situação no Brasil
Balanço do Ministério da Saúde, divulgado terça-feira, aponta que são 1.845 casos de sarampo confirmados no Brasil até o último dia 18. Só nos últimos 90 dias foram 1.680 casos confirmados.
No balanço anterior, de 13 de agosto, havia 1.388 casos, o que indica crescimento de 32% em cinco dias.
Há registros de sarampo em 88 cidades de 11 estados. O Ministério da Saúde afirma que a doença já afeta São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná – estados que enfrentam surto –, além de Pernambuco, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe e Piauí.
A pasta recomendou que todos os bebês de seis meses a menos de um ano devem tomar uma "dose extra" da vacina, a partir de ontem.
Ao menos na região, essa medida não teve início. Segundo à Vigilância à Saúde de Bastos, o Departamento Regional de Saúde, sediado em Marília, ainda não havia confirmado a data a partir da qual começaria essa nova fase da campanha. A definição ocorreria em reunião agendada para a última sexta-feira (23).
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