Vítima prestou novas declarações à Polícia Civil e vai representar contra a agressora.
Por: Sigamais.
Vítima prestou novas declarações à Delegacia de Defesa da Mulher nesta quinta-feira (10), sobre possível crime de injúria racial (Arquivo) |
Uma
professora e psicóloga de Adamantina, negra, de 32 anos, foi alvo de
ataques, em aplicativos de mensagens, que podem caracterizar crime de
injúria racial. O caso foi denunciado pela ofendida na noite de 24 de
dezembro, quando procurou o plantão da Polícia Civil local para
formalizar o boletim de ocorrência.
Um novo
desdobramento do caso se deu nesta quinta-feira (10), quando a ofendida
prestou nova declaração, mais detalhada, junto à Delegacia de Defesa da
Mulher (DDM), para onde o caso foi remetido, para apuração.
As agressões à
professora e psicóloga teriam iniciado após a agressora tê-la visto
dirigindo o automóvel do ex-marido – amigo da vítima –, quando então
enviou mensagem ao ex-companheiro chamando-a de macaca. As telas do
aplicativo de mensagens foram printadas e poderão servir como prova.
Um segundo
episódio, também envolvendo troca de mensagens entre a agressora e a
ofendida, ocorreu quando a ex-mulher pediu que o ex-companheiro apagasse
as mensagens onde chamou a professora e psicóloga de macaca,
reconhecendo assim os problemas que poderiam acarretar. A agressora
ainda se referiu à ofendida como coitada.
Esse segundo
episódio se deu durante uma viagem onde a professora e psicóloga
acompanhava seu amigo e é ex-marido da agressora, quando pôde visualizar
a chegada dessa mensagem, pelo celular. O aparelho estava no painel do
carro sendo usado como GPS com as notificações de mensagens visíveis.
Ofensas também ocorrem no plantão da Polícia Civil
Quando a professora
e psicóloga procurou o plantão da Polícia Civil na noite de 24 de
dezembro para relatar o caso que pode caracterizar crime de injúria
racial, a agressora também compareceu à repartição, para formalizar
boletim de ocorrência em que relatava violação de domicílio, que teria
sido cometida pelo ex-companheiro.
A mulher autora das
ofensas estava com uma criança – filha que teve com o ex-companheiro – e
segundo da vítima, conforme declarado nos autos iniciais, a agressora
começou a gesticular e emitir sons, imitando macaco, dentro do plantão
policial, o que foi entendido pela vítima como provocações. Esse
episódio teria sido testemunhado pelos próprios policiais em serviço.
A autora das
agressões raciais é empresária e também trabalha em uma escola pública,
em Adamantina. A mulher agredida confirmou nos autos, junto à Polícia
Civil, que deverá representar contra a autora, dentro do que permite e
regula a legislação vigente.
Crime de injúria prevê pena de reclusão
Segundo informa o site do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a injúria racial está prevista no
artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de
reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à
violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar
seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor,
etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência.
Em geral – continua
o CNJ – o crime de injúria está associado ao uso de palavras
depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra
da vítima.
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