(Adamantina) Sindicato se manifesta sobre polêmica diferença dos tickets da Prefeitura e da UniFAI

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O assunto que mais repercutiu em Adamantina na semana passada dizia respeito ao desproporção de valores dos tickets (vale alimentação) dos servidores da Prefeitura (11,00/dia) e dos funcionários da UniFAI (R$ 25,00/dia). Vale lembrar que ambas são municipais.
O novo valor pago pela faculdade foi conhecido devido à publicação na imprensa local do Decreto n 5.706, de 10 de fevereiro de 2017, que aumentou o benefício.
A diferença deixou a maioria dos funcionários da Prefeitura indignados. De tal forma que procuraram o Jornal Folha Regional para manifestar a insatisfação. E como eles cobraram uma postura do Sindiserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais), a reportagem questionou o presidente Nivaldo Martins do Nascimento “Londrina” sobre o assunto.
FOLHA – Por que há essa diferença tão grande (mais que o dobro) entre os tickets da prefeitura e da UniFAI?
LONDRINA – Antes de ser o que é hoje, a UniFAI (antiga FAI) passou por um longo período de dificuldades financeiras. Pois, além de ter um orçamento minguado, a instituição era obrigada a cumprir os limites de gastos com folha de pagamento impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Por conta disso, durante alguns anos, os servidores daquela autarquia não tiveram os seus salários reajustados, e até houve casos de benefícios individuais como insalubridade e quinquênio, serem usados como forma de completar o salário mínimo obrigatório. Diante disso, os servidores da autarquia ingressaram com uma ação na Justiça cobrando a justa correção de seus salários, mas, infelizmente, por conta da Lei que versa sobre esse assunto, acabaram tendo o pedido indeferido em todas as instancias do Judiciário. Sensibilizada com a situação, a direção da instituição da época, decidiu repor parte das perdas salariais dos seus funcionários através de aumento no ticket. Foi assim que se iniciou a diferença existente entre o ticket da FAI e o da Prefeitura. Detalhe: as coisas só começaram a melhorar para os servidores da autarquia quando a folha de pagamento deles se desvinculou dos limites estabelecidos pela LRF, feito esse conquistado pelo ex-prefeito Kiko Micheloni, e, claro, com as receitas oriundas do curso de medicina.
FOLHA – Houve reajuste nos últimos dois anos? De quanto?
LONDRINA – Nos últimos quatro anos, os servidores da Prefeitura tiveram um reajuste salarial que variou entre 41,08% e 27,34%, contra uma inflação que ficou entre 29,60% (IGP-M) e 32,99% (INPC-geral). Já nos tickets, o reajuste foi de 20,88%.
FOLHA – O Sindserv já apresentou, neste ano, proposta à Prefeitura para revisão/aumento do benefício aos funcionários? Quando e qual percentual indicado?
LONDRINA –  Estamos aguardando a Prefeitura fechar os balanços financeiros de janeiro e fevereiro, para termos uma ideia de quanto vamos reivindicar junto à administração, tanto em relação aos tickets, quanto em relação aos salários, uma vez que, por conta do IPVA e do IPTU, a nossa data-base é em abril.
FOLHA –Acredita que a Prefeitura tenha condições de oferecer um percentual no ticket que chegue ao valor pago pela faculdade? Se positiva a resposta, por que isto não ocorreu nas administrações passadas?
LONDRINA – Como já dissemos antes, o ticket da UniFAI chegou a esse patamar substituindo reajustes salariais devido a crise financeira que tempos atrás assolou a instituição. Por isso, não dá para responder essa pergunta sem ter uma noção exata da situação financeira da Prefeitura. De qualquer forma, gostaria de dizer que acreditamos que tudo vai se resolver ao seu tempo, e dentro daquilo que recomenda o bom-senso. Sempre entendendo que não existe amparo legal para vincularmos as receitas da UniFAI com as receitas da Prefeitura.

Vale esclarecer que a reportagem também procurou a Prefeitura, porém, segundo resposta do secretário responsável pelo setor, é necessário fazer um estudo dos valores para informar corretamente sobre os questionamentos feitos, sem erros. O que não seria possível até o prazo de fechamento desta edição.