Em
recuperação judicial desde julho de 2018, a Usina Clealco decidiu
suspender a moagem na unidade de Clementina na safra 2019/2020. Cerca de
300 funcionários foram dispensados.
A
empresa alega que há menor disponibilidade de cana-de-açúcar e o volume
disponível será direcionado para a planta de Queiroz, que retoma a
moagem em março com capacidade máxima.
Segundo informações do site da empresa, a unidade de Queiroz esmaga mais de cinco milhões de toneladas de cana por safra.
“A
Clealco, buscando otimizar sua estrutura de operação e impulsionar a
performance da Companhia, considerando uma menor disponibilidade de
cana-de-açúcar para a Safra 2019/2020 se comparado ao ciclo atual,
comunica que o período de entressafra na unidade de Clementina será
prolongado”, diz o comunicado da empresa.
A
unidade de Clementina tem capacidade para moer aproximadamente três
milhões de toneladas de cana. A previsão é que a planta volte a produzir
no ano que vem.
PLANTIO
No
início deste ano, a Clealco prevê o plantio de 11 mil hectares de cana
na região e a concretização de negociações para compra de matéria-prima,
com o objetivo de potencializar o volume de cana para a moagem em
Clementina.
A Companhia informou ainda que, no fim do atual ano-safra, irá consolidar as estratégias para o ciclo produtivo seguinte.
A Companhia informou ainda que, no fim do atual ano-safra, irá consolidar as estratégias para o ciclo produtivo seguinte.
PREOCUPAÇÃO
A
prefeita de Clementina, Célia Conceição Freitas Galhardo (DEM), está
preocupada com a decisão da empresa de suspender a moagem no município
este ano. “Isso vai afetar economicamente em muito a nossa cidade”,
afirmou, destacando que a usina é a única indústria existente em
Clementina.
Os
reflexos deverão ser sentidos não só no comércio, segundo ela, mas
também no cálculo do valor adicionado do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), que é repassado ao município. “A produção
sendo menor, recebo um valor menor”, explicou.
A
principal preocupação, segundo ela, é com o hospital da cidade, a
Associação Hospitalar que recebe da Prefeitura, por meio de convênio, um
repasse de R$ 217 mil. A unidade atende pacientes dos municípios de
Gabriel Monteiro e Santópolis do Aguapeí, além de Clementina.
“Se
a usina retomar em 2020, tudo bem, porque teremos uma chance de
recuperar o que foi perdido neste período de suspensão da moagem”, disse
a prefeita de Clementina.
EMPREGOS
Outra
preocupação de Galhardo é com os empregos. O município vem enfrentando
dificuldades com a manutenção dos empregos desde 2014, segundo a
prefeita. Como exemplo, ela cita as duas fábricas de calçados da cidade
que fecharam as portas.
No
final de dezembro, a Clealco demitiu 300 trabalhadores. Sobre os
funcionários, a Companhia informou que alguns foram dispensados e outros
foram remanejados para atuar na entressafra em Queiroz.
“Posteriormente,
estes profissionais realocados irão participar de um programa de
qualificação até que a safra em Clementina possa ser retomada”, diz a
nota da Clealco, sem citar prazos.
Além
das unidades de Clementina e Queiroz, o Grupo Clealco possui também a
unidade de Penápolis, que não moeu no ano passado e não irá produzir
também em 2019. A planta possui capacidade para processar 3 milhões de
toneladas de cana.
O
Grupo entrou com pedido de recuperação judicial em julho do ano passado
com o objetivo de renegociar mais de 1 bilhão de reais em dívidas.
Fonte: RP10
Nenhum comentário:
Postar um comentário