Por ROBERTO KAWASAKI -
Por
meio do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, as usinas de
cana-de-açúcar do Estado de São Paulo devem seguir algumas práticas
sustentáveis para evitar que a produção e a indústria deste produto
causem danos ao meio ambiente. Desta forma, as empresas que seguem
critérios como a eliminação da queima, proteção e restauração de áreas
ciliares e conservação do solo, garantem o Certificado Etanol Verde,
renovado a cada ano. Em 2016, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado
contabilizou oito usinas certificadas. Já em 2017, as mesmas buscaram
renovação do selo, contudo, a inserção da Usina Conquista do Pontal, de
Mirante do Paranapanema, aumentou a demanda para nove, e aguardam
aprovação.
Para Djalma Weffort, presidente da Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar),
o selo é importante para que haja o monitoramento e acompanhamento das
atividades de boas práticas destas usinas na área ambiental. De acordo
com ele, a tendência é aumentar a procura e aperfeiçoar os trabalhos,
uma vez que “todas as usinas de açúcar devem ter como prioridade a
adequação ao meio ambiente”.
O
presidente explica que é necessário ter o reconhecimento porque isso
contribui positivamente para a maneira pela qual a sociedade observa o
trabalho da usina. Ele cita que a construção de um espaço para a
produção de cana degrada o solo, além de contribuir para o fim da mata
ciliar em beiras de rios. “Isso causa problemas ambientais, como na
qualidade da água” e buscar maneiras que não causem danos ao meio
ambiente é “essencial”.
Além
isso, o presidente da Apoena conta que existem empresas que utilizam os
próprios funcionários para fazer projetos de restauração ambiental,
principalmente em áreas de preservação permanente, que ficam às margens
dos rios e nascentes. Ele acrescenta que a região de Prudente possui uma
área com o solo “bastante degradado” e inclusive, regiões que tiveram a
mata ciliar devastada. “O papel da sociedade e, particularmente das
usinas, é recuperar esse espaço”, expõe.
Mercado favorecido
De
acordo com Milton Ribeiro Sobral, presidente da Sindetanol (Sindicato
dos Trabalhadores das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de
Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível), o selo verde motiva as
empresas a não poluírem o meio ambiente e isso pode favorecer
mercadologicamente o trabalho da usina, bem como preparar melhor o local
em que desenvolve a produção.
Dessa
maneira, explica que a preservação ambiental é primordial tanto para as
pessoas, quanto para as usinas que contribuem ao bem-estar da natureza.
Ricardo
Jampani Picinini é engenheiro ambiental da Usina Caeté, gerenciada pelo
Grupo Carlos Lyra. Ele afirma que o protocolo Etanol Verde exige da
empresa grandes investimentos devido à demanda de novos equipamentos e
mudança nas técnicas produtivas. Dessa maneira, acredita que as mudanças
implantadas geram ganho ambiental, o que acarreta na redução
considerável no custo de produção. “Isso comprova que estamos produzindo
etanol de forma sustentável, além de melhorar nossa imagem frente ao
mercado e à sociedade”, afirma.
(((BOX )))
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ANALISADAS NAS USINAS
- Eliminação da queima
- Adequação à Lei Federal 12.651/2012
- Proteção e restauração das áreas ciliares
- Conservação do solo
- Conservação e reuso da água
- Aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar
- Responsabilidade socioambiental e certificações
- Boas práticas no uso de agrotóxicos
- Medidas de proteção à fauna
- Prevenção e combate aos incêndios florestais
Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente
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