Hospital disse que episódio foi um 'fato isolado' e que abriu sindicância para apurar a morte; caso é investigado também pela polícia e por vereadores
Estudante de 18 anos morre após parto normal em Boituva (SP) (//Reprodução) |
Baseado em relatos dos familiares, que registraram boletim de ocorrência, seis dos treze vereadores protocolaram um pedido de comissão especial de inquérito (CEI) na Câmara Municipal. De acordo com a família, no domingo, 26, Ana Paula chegou ao Hospital São Luiz em trabalho de parto. Reclamando de fortes dores, ela requisitou uma cesárea, que, segundo a família, não teria sido realizada por falta de anestesistas no local.
Sem a opção pela cirurgia, a jovem passou por um parto normal, dando à luz o bebê por volta do meio-dia. Após o procedimento, Ana Paula sofreu uma hemorragia e morreu na manhã de segunda-feira, 27, quando estava sendo transferida para um hospital em Sorocaba. A bebê já teve alta. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Boituva.
Em nota, a Fundação Luiz João Labronici, que administra o Hospital São Luiz, classificou o episódio como um “fato isolado” e afirmou ter aberto uma sindicância administrativa interna, com a participação da defesa da família, para apurar as responsabilidades. “A Fundação Luiz João Labronici, que realiza em média 700 partos por ano, reforça que o ocorrido se tratou de um fato isolado, bem como que, ao longo de sua história, sempre procurou zelar pelas boas práticas”, disse.
A fundação também afirma que “tomou providências imediatas no sentido de apurar os fatos”. “Esclarece que deu início à oitiva dos colaboradores do nosocômico (médicos, enfermeiros etc.) na data de 29 de abril de 2019, da qual está participando a advogada da família da parturiente, doutora Erica Cristiane Bonfatti Polli de Oliveira”, completa.
Assembleia
A defesa do direito à cesarea na rede pública, na contramão de um estímulo recorrente ao parto normal, é uma das principais bandeiras da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL). Em entrevista a VEJA em janeiro, ela afirmou que os hospitais da rede pública estão restringindo as opções de parturientes.“Quero, por exemplo, garantir às mulheres o direito de fazer cesáreas na rede pública. Não sou contra o parto normal, mas ele não pode ser imposto”, disse, à época, dois meses antes de assumir o mandato. Pelas redes sociais, a deputada estadual afirmou estar elaborando o projeto de lei sobre o tema.
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