João Bosco
(31 de Janeiro)
Fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos de Dom Bosco - SDB)
S. João Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de
Agosto de 1815, numa família de camponeses pobres. Desde pequeno
sentiu-se chamado a dedicar a sua vida aos jovens, mas para realizar o
seu sonho teve de vencer numerosas dificuldades e sujeitar-se a grandes
privações e sacrifícios. Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as
energias da sua natureza e todo o arrojo do seu zelo incansável na
criação de obras educativas para a juventude abandonada, na defesa da fé
ameaçada das classes populares, e na atividade missionária de
evangelização de terras longínquas.
A 5 de Agosto de 1872, São
João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou as Filhas
de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção das jovens.
Anos depois, fundou os "Salesianos Externos", os "Cooperadores
Salesianos". São leigos que desejam partilhar os mesmos anseios
educativos para o bem da juventude pobre.
Desta espiritualidade
salesiana, desabrochou um amplo movimento salesiano: um instituto de
leigas consagradas (as "voluntárias de Dom Bosco"); muitas Congregações
que aderem a este estilo de vida e tantos "amigos de Dom Bosco", que
afetiva e operativamente se relacionam com este "mundo salesiano". Com
sentimento de humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu
apenas de projeto humano mas por iniciativa de Deus.
Recebem o
nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São
João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a
educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de
Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por
Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de
Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta
Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales"
porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo
que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de
outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não
fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla
de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).
DECRETO PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)
No decorrer do século XIX, quando por toda a parte, chegavam à
maturação os venenosos frutos de destruição da sociedade cristã, cujos
germes haviam sido tão largamente disseminados pelo século anterior, a
Igreja, principalmente na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas
contra si levantadas, nesses tristes tempos, pela maldade dos homens.
Contemporaneamente, porém, a misericórdia divina enviou, para auxílio de
sua Igreja, válidos campeões, para que evitassem a ruína e conservassem
entre o nosso povo a mais preciosa das heranças recebidas dos Apóstolos
– a fé genuína de Cristo.
De fato, no meio das dificuldades
daqueles tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e,
mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos inimigos, logrou
desmantelar as muralhas de Israel.
Sobressai entre os demais,
por elevação e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João
Bosco que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o
século passado, qual marco miliário apontando aos povos o caminho da
salvação. Porquanto, “Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão
de Isaías, e “dirigiu todos os seus passos”. E, na verdade, o
Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo, resplandeceu
diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o coração de Deus,
como educador inigualável da juventude, como fundador de novas famílias
religiosas e como propagador da fé.
De humilde condição, nasceu
João Bosco numa casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de
Francisco e Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de
agosto de 1815. Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos,
cresceu na piedade sob a sábia e santa guia materna. Desde menino,
resplandeceu nele uma índole excelente, a que andavam unidas grande
agudeza de engenho e tenacidade de memória, aprendendo num instante
quanto lhe era ensinado pelos mestres, primando sempre, sem contestação,
nas classes, pela rapidez no aprender e facilidade de intuição.
Depois de alguns anos de áspera e laboriosa pobreza, que lhe rebusteceu
a fibra, preparando-o para as mais árduas provas, com o consentimento
da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso (*), entrou para o
seminário de Chieri, onde, por espaço de seis anos, se dedicou com ótimo
aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação
sacerdotal, em Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos meses após,
admitido ao Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis, sob a
direção do bem-aventurado José Cafasso, exercitou com grande vantagem
das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais, nos cárceres, no
confessionário e na pregação da palavra de Deus.
Formado assim
neste exercício prático do sagrado ministério, sentiu acender-se, mais
viva do que nunca em seu espírito, a peculiar vocação alimentada por
inspiração divina desde sua adolescência, qual a de atender e dirigir
para o bom caminho a juventude, particularmente a abandonada. Sua
perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este meio
para preservar a sociedade da ruína a que estava ameaçada e, para a
atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de seu nobre coração com
tão felizes resultados que, entre os educadores cristãos contemporâneos,
figura ele indubitavelmente, em primeiro lugar.
O próprio nome
“Oratório”, dado à sua instituição, faz-nos ver sobre quão firme base
tenha construído todo o edifício, isto é, sobre a doutrina e piedade
cristã, sem a que baldada se torna, qualquer tentativa de arrancar às
paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais mais
nobres. Nisto, porém, usava ele tanta doçura que os jovens quase que,
espontaneamente, sorviam e amavam a piedade, não já constrangidos, mas
por verdadeira convicção, e uma vez ganho seu afeto, levá-los-ia sem
dificuldade para o bem.
A fim de perpetuar a existência de sua
obra e prover assim mais eficazmente a educação juvenil, animado pelo
Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX, de santa memória, fundou
a “Pia Sociedade de São Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o
“Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”.
Hoje as duas
famílias formam um conjunto de quase vinte mil membros, espalhados por
todo o mundo em cerca de mil e quinhentas Casas. Milhares e milhares de
crianças de ambos os sexos recebem sua formação literária e
profissional. Seus Filhos e Filhas também se encarregam , generosamente,
da assistência aos enfermos e aos leprosos e, alguns deles, contraindo
este terrível morbo, sucumbiram vítimas de sua caridade. Dignos filhos
de tão grande Pai!
Nem deve passar desapercebida a instituição
dos Cooperadores, isto é, uma associação de fiéis, em sua maioria leigos
que, animados do mesmo espírito da Sociedade Salesiana e como essa
dispostos a qualquer obra de caridade, tem por escopo prestar, segundo
as circunstâncias, válido auxílio aos párocos, aos bispos e ao mesmo
Sumo Pontífice. Primeiro e notável ensaio de “”Ação católica!”
A Associação foi aprovada por Pio IX e, em vida ainda do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou a cifra de oitenta mil sócios.
Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito, não se limitou tão
somente ao círculo das nações católicas; alargando o horizonte de sua
caridade, enviou os missionários de sua família religiosa à conquista
dos gentios para Cristo.
Aos primeiros que, chefiados por João
Cagliero, de santa e gloriosa memória, se dedicaram à evangelização das
extremas terras da América Meridional, surgiram muitos e muitos outros
salesianos que espalhados agora aqui e ali pelo mundo, levam
intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.
Quantas e quão
grandes coisas tenha ele feito e padecido pela Igreja e pela tutela dos
direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar,
portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de
Salomão: Deus lhe deu sapiência e prudência extremamente grande, e
magnitude imensurável como a areia que está na praia do mar. (3 Re, 4,
29). Deu-lhe Deus sapiência, pois que, renunciando a todas as coisas
terrenas, aspirou unicamente promover a glória de Deus e a salvação das
almas. Era seu mote: “Dai-me as almas e ficai-vos com o resto”.
Cultivou em grau supremo a humildade; tornou-se insigne no espírito de
oração, tendo a mente sempre unida a Deus, se bem que parecesse
continuamente distraída por uma multidão de afazeres.
Nutria
extraordinária devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora, e
experimentou inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na
cidade de Turim, o célebre templo, do alto de cuja cúpula campeia a
Virgem Auxiliadora, Mãe e Rainha, sobre toda a casa de Valdoco.
Morreu santamente no Senhor, em Turim, aos 31 de janeiro de 1888.
Crescendo, dia a dia, sua fama de santidade, foram, pela Autoridade
Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi
introduzida por Pio X, de santa memória, em 1907. A Beatificação foi
depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana, com regozijo de toda a
Igreja, no dia 2 de junho de 1929.
Reencetada a Causa no ano
seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam
devessem ser atribuídas a milagre divino. Pelo decreto de 19 de novembro
deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e
atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.
Desfeita a última
dúvida, isto é, se em vista da aprovação dos dois milagres, depois que a
Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder
com segurança à sua solene Canonização. Esta dúvida foi proposta ao
Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator da Causa, na
Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em presença do Santo
Padre no dia 28 de novembro. Todos os eminentíssimos Cardeais presentes,
Oficiais, Prelados e Padres Consultores deram parecer unânime e
afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou, deferindo,
todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do
advento. Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de 1933, dia também
consagrado a São Francisco Xavier, padroeiro da Obra da Propagação da
fé, fez a solene declaração neste sentido. A canonização teve lugar a 1
de abril de 1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção,
na presença de toda a Corte Pontifical, no meio de um esplendor
extraordinário, diante de perto de 300.000 pessoas.
(*) São José
Cafasso – canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. (Consta no texto como
“bem-aventurado” porque o decreto pontifício é anterior à sua
canonização.) - Volta ao topo
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Corpo Incorrupto
Seu corpo permanece incorrupto na Basílica Maria Auxiliadora de Turim, Itália.
Reflexões:
São João Bosco é uma das figuras mais eminentes, entre os santos dos
nossos dias. O bem que fez à família de Cristo na terra e com isto às
almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra,
é o zelo pelas almas. Outro interesse não conhecia, a não ser este:
Ganhar almas para o céu. Este zelo o fazia exclamar: “Dai-me almas,
senhor, com todo o mais podereis ficar”.
No trabalho pela
salvação das almas, se esquece de si próprio, sacrifica comodidade,
conforto e saúde. É incansável. Dia e noite está ocupado com a
realização de seu ideal: Implantar nos corações dos jovens o amor a
Cristo e à Mãe Santíssima. Seu apostolado, abençoado e acompanhado pela
mãe, é grandioso e universal. Não há ramo de ação católica que a obra de
São João Bosco não abranja: Ensino, doutrina, arte, caridade e
imprensa. Assim, este grande santo apresenta a personificação mais
completa de Nosso Senhor em nossos dias. Sua vida ativa e contemplativa é
a vida de Jesus Cristo em perfeita imitação.
Demos graças a
Deus por ter dado este grande apóstolo à Igreja Católica e peçamos-lhe a
graça de, por intercessão de seu santo servo, crescermos cada vez mais
no amor a Jesus Cristo, a sua Santa Igreja e aumente-nos de dia para dia
o zelo apostólico pela salvação das almas. Zelo pela salvação das almas
não é virtude que somente aos sacerdotes deve pertencer. O mandamento
da caridade se dirige a todos, e a petição “venha a nós ,o Vosso reino”,
do Pai-Nosso, fala-nos do dever que temos de trabalhar pela
solidificação e propagação do Reino de Deus sobre a terra. Os pais devem
zelar pela santificação dos seus filhos; os superiores tem obrigação de
promover a vida em Deus dos seus súditos. Cada estado tem deveres
especiais, que se relacionam ao bem espiritual do próximo.
Quem
julga que nada pode fazer pela salvação do próximo, faça uso da oração e
edifique o próximo pelo bom exemplo. Quem diz não saber em que
intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções
mensais do Apostolado da Oração, abençoadas pelo Santo Padre.
Fonte: Página Oriente